Por David Wilkerson
Sem data
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“E todos os homens que estão sobre a face
da terra tremerão diante da minha presença; os montes serão
deitados abaixo, os precipícios se desfarão, e todos os muros
desabarão por terra” (Ezequiel 38:20).
Existe
uma escritura ameaçadora na Bíblia que é fonte de conforto
para muitos cristãos. Está em Mateus 7:22,23: “Muitos, naquele
dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos
nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios,
e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi
explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais
a iniqüidade”.
Isto
conforta aqueles que podem dizer: “Isso não pode ser para mim, pois
nunca profetizei, nunca expulsei demônios, nunca fiz coisas maravilhosas”.
Na
realidade, não conheço nenhum cristão que jamais tenha
sentido que este aviso tenha sido feito para ele. Mas existe um aviso vindo
do coração de Cristo que nenhum crente pode deixar de lado.
Tem a ver com todo aquele que já tenha comido do Pão da vida,
ou bebido do vinho do Espírito. É dirigido a todos que algum
dia tomaram comunhão, ou se assentaram para ouvir os ensinamentos
da palavra de Deus.
Ouçam
Lucas 13:25 - 27: “Quando o dono da casa se tiver levantado e fechado a
porta, e vós, do lado de fora, começardes a bater, dizendo:
Senhor, abre-nos a porta, ele vos responderá: Não sei donde
sois. Então, direis: comíamos e bebíamos na tua presença,
e ensinavas em nossas ruas. Mas ele vos dirá: Não sei donde
vós sois; apartai-vos de mim, vós todos os que praticais iniqüidades”.
Nesta passagem, estaria Cristo falando antes de mais nada para evangelistas
corruptos de cura, ou para hipócritas carismáticos? Não.
Aqueles a quem é negada entrada na casa do Senhor estão entre
os bem-nutridos, os bem-ensinados - aqueles que comeram do pão espiritual
e beberam bebida espiritual na presença do próprio Cristo.
Estes
avisos são prova suficiente de que é possível curar
doentes e expulsar demônios, e ainda assim não ser íntimo
de Cristo. É possível promover grandes trabalhos em Seu nome,
construir igrejas e ministérios, evangelizar e sacrificar, e ainda
assim não conhecê-Lo como deveria ser conhecido. É possível
banquetear-se com Sua palavra, beber Sua água viva, ouvir a revelação
da verdade, e ainda assim não entrar no poder da Sua presença.
Qual
foi a iniqüidade daqueles a quem foi negada entrada na casa do Senhor(porque
Jesus os chamou de obreiros da iniqüidade)? Aqui está: eles
não tremeram na santa presença de Cristo! Demônios tremeram,
mas eles não tremeram. A terra tremeu, as montanhas derreteram-se
como cera, muralhas ruíram - mas eles permaneceram na Sua presença
inflexíveis e inquebrantáveis. Recusaram-se a ser consumidos,
a se deixar impressionar, ou convencer.
Davi,
o salmista, clama: “Estremece, ó terra, na presença do Senhor...”
(Salmo 114:7). Quando Israel perdeu o temor de Deus e não mais tremeu
na Sua presença, tornou-se insolente, egocêntrico, e mau. Seus
pregadores tornaram-se sacos cheios de vento. O profeta Jeremias registrou
a acusação de Deus contra Seu povo. “Porque perfidamente se
houveram contra mim, a casa de Israel, diz o Senhor... disseram: ...Nenhum
mal nos sobrevirá; não veremos espada nem fome. Até
os profetas não passam de vento, porque a palavra não está
com eles... Este povo é de coração rebelde... Como
a gaiola cheia de pássaros, são as suas casas cheias de fraude;
por isso, se tornaram poderosos e enriqueceram.... Tornam-se nédios
e ultrapassam até os feitos dos malignos; não defendem a causa,
a causa dos órfãos, para que prospere... Os profetas profetizam
falsamente.... e é o que deseja o meu povo. (Jeremias 5:11-31). O
Senhor Deus pergunta-lhes: “ Não temereis a Mim? - diz o SENHOR;
não tremereis diante de mim? ” (5:22). Não tremeram porque
seus corações estavam fixados na prosperidade, e não
na presença do Senhor.
Não
vou atacar o povo de Deus, mas preciso falar sobre a irreverência
e a falta de seriedade agora tão preponderantes na casa de Deus.
Aonde o assombro, a majestade, o tremor em Sua sagrada presença?
Como nos atrevemos a chamar o Todo Poderoso Rei do universo de “pápi”
? Por que entramos em Sua exaltada presença com nossos imundos trapos
de imundície carnais, aplaudindo-O ao invés de caindo a Seus
pés ?
Quando
Isaias entrou na Sua presença, foi humilhado e golpeado. Quando a
glória do Senhor encheu o templo, até os serafins cobriram
as faces com as asas. Um deles exclamou “Santo, santo, santo é o
SENHOR dos Exércitos...” (Isaias 6:3). As ombreiras das portas se
moveram ao som da Sua voz. Isaías colocou o rosto nas mãos
e clamou, “ Ai de mim! Estou perdido... sou homem de lábios impuros...
povo de impuros lábios" ! (Isaias 6:5).
O
que significa para você e para mim, um santo profeta de Deus ser levado
à magnificente presença do Senhor, e precisar confessar o
pecado nele mesmo?
Por
três semanas Daniel lamentou-se, jejuou, e orou - confessando seus
pecados e os pecados de Israel. Então o Senhor apareceu em Seus gloriosos
trajes. Sua face tinha a aparência de relâmpago, Seus olhos
eram como lâmpadas de fogo, e Seus braços e pés brilhavam
como bronze polido. A Sua voz estremecia a terra. Este que estava à
sua frente não era o “pápi”! Daniel não era o filho
do Rei pedindo bênção. Ninguém estava aplaudindo,
"… não obstante, caiu sobre eles grande temor… ” ( Daniel 10:7).
Os joelhos de Daniel vergaram-se. Ele diz: "não restou força
em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força
alguma... caí sem sentidos, rosto em terra" (Daniel 10:8-9).
O
que significa para você e para mim, quando um amado homem de Deus
vê os flamejantes olhos do Senhor, e não pode nem ficar de
pé ou levantar a cabeça?
Como
é diferente hoje em dia. Ouvimos nossos famosos oradores pregando
seus poderosos sermões, e aplaudimos. Numa reunião de conferência
carismática, ao término da mensagem foi dada a um evangelista
uma ovação de cinco minutos por um publico de pé. Aquela
audiência não deveria estar com o rosto em chão perante
a santa presença de Deus? Não deveríamos estar tremendo
quando Ele aparece para julgar o pecado? Não deveria nossa enérgica
auto-justificação estar completamente esvaziada, e nossa força
humana ter nos abandonado?
Mas
aonde - em que reunião - você encontra joelhos se dobrando
e cristãos clamando “Ai de mim!”? Onde está a igreja ou a
pregação aonde não mais se vê o orador, mas em
seu lugar aparecem os flamejantes olhos de Cristo, e Sua voz leva os corações
a tremerem? Onde o povo de Deus enxerga sua corrupção e cai
prostrado, golpeado por Sua presença?
É
verdade que devemos chegar confiadamente à Sua presença com
louvor e ações de graças. Mas isto não significa
de forma frívola ou presunçosa.
Darío,
um rei pagão, tinha mais respeito pelo Senhor do que muitos cristãos
modernos. Ele declara: “aos povos, nações e homens de todas
as línguas que habitam em toda a terra... em todo o domínio
do meu reino, os homens tremam e temam perante o Deus de Daniel, porque
ele é o Deus vivo...e o seu domínio.... ” (Daniel 6:25-26).
Deveríamos tremer e temer perante Sua onipotente majestade e grandeza
- não por ela estar preparada contra nós, mas por nós!
Trememos na presença de um tão grande poder revelado a nosso
favor, para nos suster e livrar.
O
filho de Deus que verdadeiramente O conhece, desenvolve uma crescente percepção
de Sua majestade e grandeza. Passa a ficar menos preocupado com direitos
e bênçãos, e a ficar mais cativado por Sua presença.
O fortuito dá lugar à dignidade. Acaso e informalidade dão
lugar à reverência e santa apreciação.
Desejo
fazer três importantes declarações a respeito do poder
da presença de Cristo - uma negativa e duas positivas:
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