· Hinos difíceis de serem tocados pelos músicos da igreja
Convenhamos: nem toda igreja tem músicos profissionais. A maioria de
nossos conjuntos é feita de gente que se esforça, que quer aprender, que
se esmera no que faz, mas não é formada em música. Consequentemente,
determinadas músicas podem se tornar difíceis de serem executadas.
Agregue-se a isso o fato de que muitos dos hinos modernos traduzidos do
inglês ou gerados em solo estrangeiro são "incantáveis" pela média de
nosso povo e "intocáveis" por nossos músicos! A começar pelas péssimas
traduções ou versões em que, procurando ser fiéis à letra do idioma
original os tradutores colocam diante de nós letras truncadas, sem
poesia e sem beleza alguma!
Muitas vezes visitando pequenas e grandes congregações pelo Brasil
percebo a dificuldade dos músicos e dos irmãos que querem cantar músicas
do Alvin, do Ron Kenoly, etc. São músicas que os americanos cantam
muito bem em seus shows musicais, mas difíceis de serem tocadas por
nossos músicos e cantadas pela igreja!
"Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo" (Sl 33.3)
· Falta de sensibilidade dos músicos e dos dirigentes ao Espírito Santo
Não se pode escolher cânticos só porque gostamos daquele estilo, ou
de sua melodia e letra. Precisamos estar atentos ao que o Espírito Santo
quer para o culto da igreja. Muitas vezes um cântico começa a fluir
deixando a igreja livre na presença de Deus, mas na lista do dirigente
tem um outro que vem a seguir e, ele na ânsia de aproveitar o tempo e
cantar todos aqueles hinos, tira a igreja do trilho certo. Um culto pode
fluir em Deus com poucos ou com muitos cânticos. O bom culto não
precisa que o dirigente fique dando manivela. Ele começa bem e termina
melhor ainda!
Davi ouvia a Deus:
"Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a Deus" (Sl 62.11).
A abundância de cânticos, salmos e palavra era tanta que Paulo
pergunta: "Que fazer, pois, irmãos....?" (1 Co 14.26). Como Paulo que
queria ir para um lugar e o próprio Espírito o impedia, pode ocorrer
também com os dirigentes de louvor: eles querem seguir numa direção, mas
o Espírito Santo tem outra bem melhor (At 16.6-10).
· Falta de resposta da congregação ao dirigente
Não estou de forma alguma repetindo o item 4. Naquele caso é a falta
de entrosamento entre o dirigente e a congregação. Nesse caso, o
dirigente é excelente, mas a congregação não responde à altura o que o
dirigente pretende. O dirigente está afinado, sensível a Deus, mas a
congregação não corresponde ao que ele quer. Você deveria ver o que diz o
Salmo 98. Ou o Salmo 103.19-22 onde o autor propõe aos anjos, aos
ministros, às obras de Deus que levantem a voz em louvor, o
Todo-Poderoso!
Geralmente isto ocorre quando o avivamento na igreja não atinge a todos.
Costumo dizer que houve um avivamento departamental. O pessoal do
louvor anda a mil, mas a congregação reage a passos de lesma! Os jovens
estão "pegando fogo" enquanto os demais sentam-se em bancos de
geladeira.
· Falta de motivação da Igreja
Deus deve ser o grande Motivador da Igreja. Como diz Davi:
"Tu és motivo para os meus louvores constantemente" Salmos 71.6.
Ou como ele afirmou noutro lugar:
"Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação (Sl 119.54).
Davi instituiu a ordem levítica de adoração, baseado unicamente em Deus e nos seus gloriosos feitos (1 Cr 16.7-12).
A motivação da igreja é Deus e não a música bonita, os bons músicos, os
ótimos instrumentos e um ambiente propício de adoração. Vitrais
coloridos e paramentos servem de inspiração para a carne, mas o
verdadeiro louvor flui quando Deus é a fonte de todas as coisas! Deus é o
grande inspirador e motivador. E o louvor pode fluir muito bem num
antigo depósito transformado em lugar de culto sem muitos instrumentos
musicais. Melhor ainda quando uma congregação tem tudo o que falei e tem
também a Deus como inspirador de seus louvores.
· Alienação total dos dirigentes, músicos e pastores
Com freqüência observo que os pastores costumam ficar totalmente
alienados com o que está ocorrendo no culto. Se os pastores estiverem
alienados, nada ocorrerá com a igreja. Às vezes quando prego em algumas
igrejas observo que os pastores ficam durante o tempo de louvor
atendendo o celular, falando com algum obreiro, resolvendo questões da
igreja completamente à parte do que está ocorrendo no culto. Um pastor
chegou a dizer-me assim: "Pode chegar lá pelas oito e meia, na hora de
pregar, porque a primeira parte é dos jovens. Eles dirigem os louvores".
Fiz questão de chegar bem cedo para ter um tempo de oração com aqueles
valorosos guerreiros determinados a levar a igreja a mover-se em Deus.
Pena que logo a seguir, o "bombeiro", como eles dizem, chega e apaga o
fogo!
Estude esses temas com os músicos de sua igreja e ampliem-no com
problemáticas de sua própria congregação. Um participante de nosso
seminário chegou a contabilizar "20 obstáculos porque o louvor não
flui...".
Autor: João A. de Souza Filho
Autor da trilogia: O Ministério de Louvor da Igreja; O Louvor e a
Edificação da Igreja e Ministério de Louvor: Revolução na Vida da
Igreja, todos editados pela Editora Betânia de Belo Horizonte.
Texto estraído do portal Nova Sião
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